Atualmente estou assistindo a série Star Trek - A Nova Geração, na Netflix, que tem como capitão, o excpecional Jean Luc Picard; o primeiro comandante Willian Riker e o segundo comandante Data (o mais famoso androide de toda a série). Todos exploram o universo com a nave Enterprise.
Não preciso dizer sobre as diversas versões de Star Trek. Vão encontrar também no streaming da Amazon. A série Nasceu em 1966, com o lendário capitão Kirk e o ontológico primeiro oficial Spock, o mais famoso Vulcano de toda o universo. A versão de Picard é a segunda na linha do tempo, e é partir dela que irei traçar algumas questões importantes do mundo de Jornada nas Estrelas.
Senso de Hierarquia. No universo estelar, toda a formação daqueles que fazem parte da Federação Intergaláctica, jaz um compromisso muito sério de disciplina e respeito com que está acima em experiência. Sim, desde criança, todos os habitantes da Federação sabem a quem deve obedecer. Há sempre alguém num patamar acima, que tem mais experiência técnica e profissional, e é com eles que todos serão capazes de compreender a realidade.
A criança, portanto, sabe que o professor e os pais merecem todo respeito, afinal estes tiveram conhecimento técnico e prático desenvolvido ao longo de suas vidas. Nada mais importa aqui do que entender que não se pode pular etapas, que tudo tem seu momento e que cada indivíduo que cresce e se desenvolve precisa, desde cedo, internalizar a hierarquia e o respeito às Diretrizes das Federação, as leis máximas. Ninguém está acima delas. Há zelo em conserva-las e aperfeiçoa-las.
Os oficiais da Frota Estelar respeitam as patentes superiores, pois estes não chegaram ali por acidente: foi anos e anos de estudo, disciplina e, novamente, experiência prática. Ninguém pode ousar chegar a ser um embaixador, por exemplo, sem ter tido vasta experiência diplomática; ninguém pode pilotar uma nave sem ter tido experiência como primeiro oficial imediato, uma antessala à capitania. É tudo muito organizado. Não existe improviso como norma.
Diversidade. No mundo de Star Trek, na Frota Estelar e, especificamente, na Enterprise, há diversos seres, de aspectos humanoides ou não. E todos se respeitam. A conduta é muito simples: não há diferença moral entre seres de diferentes planetas. Na Federação todos são respeitados. Também não há diferença moral entre os sexos e muito menos em seguir determinada área. E o que é mais bacana ainda: um betazoide pode ter uma patente superior a um humano, ou um Klingon, e tá tudo bem. Merecimento, esforço e dedicação independem de qual planeta você é.
A união e a dedicação para a formação de uma grande e fraterna Federação de Planetas, passa pelo total respeito à diferença e aos valores que cada um carrega. A civilização galáctica, a sua sobrevivência, passa, indubitavelmente, pelo respeito aos mais plurais seres do universo. Até na exploração da frota estelar toda forma de vida, mesmo que nunca vista, deve ser preservada e respeitada ao máximo. Sempre.
Ciência. O pensamento científico é a tônica na Frota Estelar. Não há a menor possibilidade de desenvolvimento tecnológico sem uma educação científica rígida. Todos aprendem, desde a tenra idade, que a personalidade é formada pelo viés científico. As crianças dedicam-se sempre ao aprendizado da ciência, nas mais diversas áreas. Mas também aprendem arte e filosofia. Isso é um consenso. Não há como ser um ser desenvolvido sem passar por um conhecimento amplo.
A base do conhecimento de Star Trek é o experimento e não a crença numa divindade que explicaria todos os acontecimentos do Universo. Não é que se duvide totalmente da existência de algo transcendente, mas isso fica no âmbito da subjetividade. Misturar crenças pessoais com a lógica da organização tecnosocial, baseado nos mais avançados procedimentos científicos, é um grande erro passível de punição.
E o que tudo isso tem a ver com o Bolsonarismo? Como você, leitor(a), já deve ter entendido, o bolsonarismo é a antítese de tudo que representa o universo de Jornada nas Estrelas: desrespeito às leis e as regras socais; desrespeito à ciência e aos pesquisadores; desrespeito às Universidades e aos professores; desrespeito e o descaso com a vida; intolerância aos que pensam diferente; espírito de rebelião frente às hierarquias, vide o presidente Bolsonaro; a imprudência com a estabilidade das instituições; a sanha pelo militarismo, mais armas e menos estudo; e, por fim, a pífia idolatria de um suposto passado superior.
A extrema direta (mas serve a todos os extremos) aqui e alhures, representa tudo aquilo que no universo de Star Trek é barbárie e profunda ignorância. E ao ignorarem a ciência -exemplo da negação da pandemia e das medidas sanitárias -, a diversidade e o senso de hierarquia, os bolsonaristas querem insuflar o seu mundo apequenado a todos. Ao não conseguirem conviver num universo plural, que tem como base um Estado de Direito, que se guia pela lógica e pela ciência, incitam a desordem e a truculência como norma, como padrão de conduta. Ou seja, tudo que representa a instabilidade, incivilidade e a baderna.
Mais Star Trek, senhores e senhoras.Vida longa e próspera!
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