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Foto do escritorRamon Argolo

O MENINO DE MÃE JÁ DEIXOU MAMÃE?



No cenário caótico da contemporaneidade, a juventude, essa atual geração Alpha, emerge como uma miragem de promessas não cumpridas, um horizonte onde as responsabilidades são vistas como fardos indesejados. É uma geração perdida em um labirinto de privilégios e desafios, mas incapaz de assumir o leme de suas próprias vidas.


A sociedade moderna presenteia os jovens com um banquete de oportunidades, mas muitos se recusam a saboreá-lo, preferindo se embriagar na ilusão de uma eterna adolescência. Qualquer pessoa que tenha vivido uma geração antes do “boom da internet” facilmente percebe que barreiras quase que intransponíveis hoje se tornaram possíveis com apenas um click.


Nascidos em meio à expansão tecnológica digital os “novos jovens”, uma vez que já fui um também (rs), abraçam a cultura do imediatismo e do prazer instantâneo como uma droga viciante que os mantém cativos, impedindo-os de amadurecer e enfrentar as consequências de suas escolhas.


A responsabilidade é o fio de Ariadne (princesa de Creta na mitologia grega) que guia os passos na jornada rumo à maturidade. No entanto, a juventude contemporânea parece ter perdido esse fio, vagando desnorteada em um labirinto de distrações e superficialidades. O peso das obrigações é visto como uma carga intolerável, e muitos preferem fugir para o refúgio seguro da irresponsabilidade. A incapacidade de assumir responsabilidades não é apenas uma falha individual, mas também um sintoma de uma sociedade que falhou em transmitir valores sólidos e preparar os jovens para os desafios da vida adulta. A educação focada no desempenho acadêmico em detrimento do desenvolvimento pessoal, a cultura do entretenimento que glorifica a superficialidade e a falta de modelos inspiradores são apenas alguns dos fatores que contribuem para essa crise de responsabilidade.


Esses jovens apresentam índices elevados de problemas de saúde mental e que exigem mais atenção como: baixa habilidade emocional, dificuldade para lidar com o “não”, maior tendência à intolerância ao fracasso, mais dificuldade de conexão familiar e social, baixa autoestima gerada pela supervalorização da beleza estética, raiva desmedida, estresse, depressão dentre outros. Mesmo assim, enquanto isso, o mundo ao redor continua a girar, indiferente aos caprichos e hesitações da juventude.


Os problemas persistem, as demandas aumentam, e a necessidade de líderes e agentes de mudança é mais urgente do que nunca. No entanto, muitos jovens preferem se esconder nas sombras da complacência, esperando que alguém, não eles, resolva os problemas do mundo. O problema, na verdade, é que não há heróis para resgatá-los da sua própria apatia. A responsabilidade não pode ser delegada; ela deve ser assumida individualmente, queiram eles, os pais, os avós ou não.


Somente quando os jovens reconhecem o poder que têm sobre suas próprias vidas e aceitam as consequências de suas escolhas que podem começar a traçar seus próprios destinos. A estrada da responsabilidade é íngreme e cheia de obstáculos, mas é também o caminho que leva à realização pessoal e ao crescimento verdadeiro.


O grande desafio dessa geração atual é abandonar o conforto da imaturidade e abraçar o desafio de se tornar adultos responsáveis, prontos para enfrentar o mundo de frente e deixar sua marca no curso da história, afinal, o menino de mãe precisa deixar mamãe.

 

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10 Comments

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Acho que há isso, sim, mas não é de todo isso. Há uma série de questões envolvidas como a a dificuldade dos pais darem afeto devido ao trabalho, a falta de emprego para essa galera, o que nós (nossa geração) depositou neles (o que acho um erro e também fizeram com a gente), entre outros pontos.

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Sim Xico, também concordo que são muitas questões envolvidas. Entender essas novas gerações talvez exija que busquemos entender as anteriores mais aprofundadamente. O ponto crucial que eu aponto no texto tem a ver com aversão à responsabilidades. Essas novas gerações parecem ter horror.

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Rapaz, achei esse texto muito vibe "velho amargurado" kkkkk. Se a geração é o que é, a culpa é de quem venho antes. Quem chega ao mundo agora não tem muitas possibilidades se não responder ao mundo que lhe é dado.

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Pode ser mesmo Felipe, mas existe um problema muito sério dessa geração Z e Alpha com responsabilidades. Quem os criou, que são de gerações anteriores talvez entrou na vibe: “vou te criar para não passar pelo que eu passei” só que devem ter perdido a mão. Mas estou ouvindo diversas pessoas de gerações diferentes e estou ampliando meu horizonte. Não estou amargurado não, mas confesso que não tenho muita paciência com determinadas coisas…rs

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Ótimo texto, @⁨Ramon Argolo⁩ . Vou fazer alguns breves comentários. *É uma geração perdida em um labirinto de privilégios e desafios, mas incapaz de assumir o leme de suas próprias vidas* Isso é uma ideologia liberal, de que o indivíduo é ultra responsável pela sua vida. Não consideramos a importância da comunidade , em contextos diferentes. Essa falta de amparo gera essa angústia individual atual, das escolhas.


*Somente quando os jovens reconhecem o poder que têm sobre suas próprias vidas e aceitam as consequências de suas escolhas que podem começar a traçar seus próprios destinos. A estrada da responsabilidade é íngreme e cheia de obstáculos, mas é também o caminho que leva à realização pessoal e ao crescimento verdadeiro*. Novamente…

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Eu concordo com suas pontuações Rangel, mas se percebermos, essas são as gerações que surfam no liberalismo e até mergulham na fala vazia do extremismo. O que eu pontuei é, de certa forma, entrando no confronto de pensamentos como uma provocação para quem se sentir inserido pensar. “Quero ser independente mas não quero pagar minhas contas?” “Quero ser rico mas nem sei o que quero da vida para me ajudar a alcançar isso?” “Brado que sei viver e sequer consigo ser empático dentro de minha própria casa?” É mais por aí, entende? Mas é isso, sua percepção é muito válida. Obrigado!

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Jac Gama
Jac Gama
May 25
Rated 5 out of 5 stars.

Em alguns pontos concordo com você, principalmente sobre a questão do imediatismo. Mas nasci em 1998 e peguei esse início de boom de Internet e muito foi projetado na minha geração. Mas cadê as oportunidades? Cadê o CLT? Vivemos em um mundo que temos que disputar ainda mais do que as gerações anteriores, e quem vem vindo terá ainda mais desafios. Sei que é preciso desenvolver habilidades para enfrentá-los, mas estamos diante de situações sem precedentes, principalmente sobre a evolução ou, para quem preferir, involução da comunicação. O mundo também está do jeito que está porque as gerações passadas o deixaram assim. Claro que temos que ser mais assertivos, mas como se não temos nem seguiridade social? Se não tem…

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Oi Jac! Eu li seu comentário e entendo suas posições. Eu estava disposto a ser mais ácido nas palavras e decidi não ser justamente pq acho importante ouvir mais pessoas e saber um pouco mais sobre o ponto de vista de quem é dessa geração. Eu bato muito na questão da responsabilidade, como essas gerações são educadas e trabalham isso dentro de si, que é o problema que acho mais grave. Entendo que existam vários fatores, o contexto social, tecnológico e outros, mas o que apresento é uma preocupação. A vida de verdade é fora das telas e essa exige, bate e não tem pena nem dó, como essa geração quer enfrentar isso. Uma hora ou outra terá que enfrentar.

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Sábias palavras,Ramón. Pra piorar,é uma geração com reflexões sóciopoliticas muitas vezes distorcidas,o que contribui pra esse cenário esquizoide de parlamentares chucros e com ideais totalmente cínicos.

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Confesso que tenho sérias dificuldades para lidar com os jovens dessas últimas gerações. Tive vontade de ser mais ácido na escrita, porém acho que seria bom ouvir outras opiniões para ter uma reflexão mais profunda.

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