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Foto do escritorKarla Fontoura

MINHAS PREVISÕES PARA A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA MÚSICA


As experimentações com a Inteligência Artificial (IA) estão bombando na internet, com as pessoas se impressionando ou se divertindo com as possibilidades de brincar com a voz de famosos em músicas aleatórias. Divas do mundo pop cantando músicas juninas, canções de igreja e até imitando memes brasileiros foi o que mais apareceu nas minhas redes sociais esses dias.


Esse avanço da tecnologia não é uma brincadeirinha de internet. Especialistas já apontam que essa máquina não é inteligente à toa e sua capacidade de auto-aprendizagem está se inovando em um período de tempo cada vez mais curto. Vide o alvoroço que foi as pessoas acreditarem em uma aparente foto do Papa Francisco com um casaco super moderno de uma grife famosa. Era tudo IA. Mesmo veículos importantes não foram capazes de conferir a fonte e compartilharam a imagem achando que era real. A avançada imagem que enganou tanta gente é capaz de ficar ainda melhor e mais próxima da realidade em poucos meses!


O mesmo acontece com o mercado fonográfico. Certas músicas sendo cantadas por famosos artistas surgiram como “demos perdidas” e, na verdade, era novamente a potência do IA em reproduzir fielmente um vocal particular. E agora bate um medão dessa tecnologia ser muito mais poderosa do que a gente imagina e causar um estrago grande no direito de propriedade da voz de cantores e cantoras pelo mundo. Se a principal ferramenta deles pode ser produzida tão fielmente, isso significa que essa carreira simplesmente pode se esvair a qualquer momento? Muita gente acredita que sim. Eu discordo.


Minha oposição a esse medo é pela minha memória de ter vivido a época em que a música física transitou para o online. Nessa época surgiu a novidade: as canções dos nossos artistas preferidos poderiam ser baixadas. Muita gente ficou assustada, preocupada, achando que o universo fonográfico teria um fim já que a venda de discos ou CDs era uma forma muito concreta de garantir uma boa carreira. Se uma pessoa simplesmente pudesse baixar uma música ou pagar bem menos por isso, toda uma indústria seria prejudicada. Os anos passaram e eu estou aqui, escrevendo esse texto e ouvindo a Taylor Swift cantar de graça para mim pelo Youtube Music. Claro que, para ter acesso a essa música, precisei pular três anúncios diferentes. Mas, tudo bem. A música está ali e posso ouvir quando quiser.


A maneira como as coisas normalizaram me faz pensar que o caminho do IA será o mesmo. Como vivemos em uma sociedade predominantemente capitalista, alicerçada pela estrutura de classes e alimentada pelo consumo desenfreado, acredito que as adaptações vão acontecer e um dia estaremos tranquilamente conversando sobre o momento em que ouvimos pela primeira vez uma reprodução vocal do IA e compartilhamos para um amigo, super assustados pela semelhança com a voz humana.


Pensando nisso, fiz uso da minha imaginação e criei possibilidades do que pode acontecer na indústria fonográfica com o uso dessa tecnologia. Saca só:


  • O consumo da música será, como sempre, dividido pela capacidade financeira de cada um. Quem estiver no topo garantirá a música fidedigna, cantada diretamente pelo artista humano.


  • A base da pirâmide ouvirá de graça, especialmente as versões de IA, sendo sempre submetido a anúncios (não esqueça: se a coisa é de graça, o produto é você!);


  • Surgirá um produto mais popular que fará uma mescla de artistas com músicas improváveis e todos ficarão na expectativa da próxima bizarrice (Pavarotti cantando É o Tchan?)


  • As pessoas terão shows de artistas famosos à base de inteligência artificial, com interação com o público e tudo mais, com a sensação de que o artista está ali. Serão eventos baratos ou de graça - patrocinados por marcas.


  • Com a criatividade do brasileiro teremos, por exemplo, um enorme show de forró cantado pela Ariana Grande, Lady Gaga e Whitney Houston.


  • Haverão os shows póstumos. Enormes eventos de um artista que não está mais vivo, puxando o lado nostálgico dos seus fãs.


  • Quem tiver dinheiro, assistirá ao show ao vivo do artista com algum tipo de prova de que ele não usa nada para modificar a voz. A arte pura, sem falsificações.


  • Os artistas vão cobrar muito mais por shows ao vivos e criarão álbuns inteiros de inteligência artificial quando precisarem dar um hiato na carreira, sem perder dinheiro com isso.


  • Da parte pobre, haverá também as subcelebridades que vão montar ou participar dessas festas de IA.


  • Surgirão especialistas em som, capazes de descobrir se a gravação é real ou IA.


  • Haverá artistas que só existirão no IA e eles vão virar o fetiche de várias pessoas. Terão uma voz única, feita a partir de combinações refinadas das maiores cantoras do mundo, por exemplo.


Gostaram das minhas previsões? Aproveita, e conta as suas também!


FONTE:






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carlosobsbahia
carlosobsbahia
Jun 16, 2023

Nunca fiz muitas previsões quanto a isso,mas por enquanto nem tenho tanto interesse. Porém,esses shows póstumos aí são assustadores,mas bem possíveis sim!

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