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Foto do escritorEquipe Soteroprosa

GUERRA DE TRAFICANTES EM SALVADOR: um novo Rio de Janeiro?







Salvador tem sido assombrada pela invasão de grupos de facção de traficantes vindos do Rio de Janeiro onde há o mais famoso crime organizado que estão tentando tomar as bocas de fumo dos bairros Nordeste, Alto das Pombas, Brotas e Engenho. Desde o dia primeiro de setembro, a polícia militar e o BOPE confrontam os traficantes, que de ousadia tem bastante, ao serem vistos por moradores caminhando à noite com armamento pesado, além de invadirem casas e fazerem reféns.


O comandante Paulo Coutinho da PM cumpriu com a missão de preservar vidas e resolveu os conflitos sem vítimas inocentes, embora a troca de tiros tenha contabilizado suspeitos mortos e outros presos. Nada muito novo em Salvador, que já acumula páginas de jornais sobre violência e perdas de vidas inocentes em confrontos como esse, no entanto, a informação é nova, pois pela primeira vez temos confrontos desse nível, com grupos de traficantes “com armamento de guerra”, afirmou Coutinho ao jornal Correio desta quarta-feira, 6 de setembro.


Foram apreendidos mais de 450 mil em custo de armamento pesado, desde granadas que não têm venda liberada, custando 2 mil cada. De acordo com fontes da polícia que investigam a atividade, até fuzis e pistolas de 9mm que haviam sido liberados para compra durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, e vetada em julho deste ano pelo atual governo, foram encontradas. Dentre elas, armas de capacidade bélica e alcance que supera 2km, não obstante um apartamento no 13 andar na Graça fora atingido. No mercado nacional são armas vendidas por 70 mil reais a unidade. Em nenhum outro momento da história de apreensão de armas em Salvador chegou a ter este poderio, e os moradores da região vivem um clima de total insegurança.


Será que estamos prestes a nos tornar Rio de Janeiro? É impossível esquecer do mais icônico filme brasileiro “Tropa de Elite 1 e 2” que já apresentava o nível de tragédia vivido nos morros do Rio de Janeiro e o terror da população local, à mercê da morte a todo instante e das mais terríveis torturas, além de espantar qualquer civil que um dia pense em ser concursado na polícia militar. Será esse o nosso destino? O brilhante diretor José Padilha já alertou sobre a relação do crime organizado e da milícia, todo um grupo de deputados e políticos envolvido na compra de armamentos, na corrupção e na fomentação da guerra, criando um círculo interminável de confronto, morte e sofrimento.


O que parece distante chega às nossas portas, a milícia se fortaleceu desde a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-militar expulso do comando por atos lascivos, irresponsabilidade e corrupção. Todo o discurso fomentado contra a criminalidade e a liberação de compras de armamento em prol da segurança dos civis se torna um incentivo à criminalidade e à guerra. Armamentos de guerra provavelmente adquiridos pelo país famoso na produção e venda de armas, os Estados Unidos, apoiador de Jair Bolsonaro na “regência” de Trump, país que mais lucra e enriquece, fomentando conflitos armados e acumulando inúmeros históricos de incentivo à guerra.


O irônico é que a culpa novamente recai sobre o governo do PT com gestão de Jerônimo e do presidente Lula, simplesmente por essa tragédia estar acontecendo no período de seus mandatos, como se uma ação dessas não tivesse sido planejada com antecedência e armas deste calibre não tivessem sido dadas à traficantes no intuito de lucrar com a venda ilegal de drogas.


O comércio da morte é um dos mais lucrativos do mundo, desde a antiguidade era habitual fomentar conflitos e guerras em busca de movimentar a economia, vidas que são levadas pela miséria, péssima qualidade de subsistência e educação ausente, à serviço da criminalidade, diante de pessoas com paletó e gravata, mascarando-se com a moralidade e o respeito, molhando a mão do sistema corrupto em busca de mais dinheiro e, talvez, um profundo prazer sádico em assistir de camarote o confronto e a morte de homens vítimas de um sistema desumano.


Esta realidade não é muito distante da antiga Roma e das famosas arenas: homens treinados para confrontarem-se com animais ou outros homens até a morte pelo simples divertimento de uma elite doentia. O que rege o ser humano na sua total incapacidade de empatia? Será mesmo que a psicologia e a psiquiatria têm razão ao afirmar que o número mundial de psicopatas e sociopatas é menor que 2 porcento? Ou, será que o fato de não obter sucesso em detectar tais mentes tenha levado a esse número tão simplório?


A questão é que segundo especialistas da área de saúde mental, pessoas com nível baixo de empatia e com alto grau de inteligência acabam sempre acessando postos de poder e de controle social, gerando um efeito matilha na população que acaba por acatar suas ideologias de morte através de um discurso completamente equivocado e contraditório à suas práticas. Acabar a violência com violência? Jesus como guerreiro que empunhava armas? Demonizar os contrários para assim facilitar sua eliminação em nome da moral e dos bons costumes?


A religião não se tornou, mas sempre foi instrumento de manipulação à serviço de homens de má fé e ela é a única explicação para que tantas pessoas tenham cegamente votado em um ex-presidente miliciano que apoiava o uso de armamento e tentou através da violência aplicar um golpe e submeter toda uma população à serviço dos seus ideais fascistas e nazistas. Talvez devêssemos perguntar se o Brasil não se tornaria uma segunda Alemanha, embora, opostamente desta, seria o palco da sua auto tragédia em benefício do enriquecimento de outras nações, pois de nacionalismo os apoiadores da extrema direita não têm nada, ao jurar lealdade a uma bandeira americana que não tem intenção de acolhê-los como membros de sua comunidade, mas, como o belíssimo filme Bacurau apresenta, estão aptos a nos colocar em nosso lugar e apresentar um novo conceito de raça que nada condiz com os iludidos brancos brasileiros.


Estamos vivendo a consequência de um desgoverno que, infelizmente, veio a ser eleito e tomar o poder, de psicopatas e sociopatas que enriquecem estimulando a disputa nas arenas, levando morte, desespero e muito lucro. Quanto vale uma vida? Se talvez tivéssemos lembrado que segurar um livro traria mais paz que segurar uma arma ainda assim escolhêssemos a arma, pois o livro não enriquece e não estimula o consumismo, não é uma arma eficiente ao processo avassalador de um capitalismo cego e desumano que ainda ousa deturpar as ideias de Marx e apresentar ditaduras comunistas como exemplo do pior, em prol de defender um regime de morte. Não haveria outra saída? Queremos paz ou guerra? Queremos vida ou lucro?


Salvador e o Nordeste, em peso, votantes do governo de esquerda, está sofrendo um golpe silencioso, avisados por tiros de fuzil de alto calibre, invadindo bocas de fumo que se tornarão os próximos pontos de lucros da milícia a qual Jair Bolsonaro e seus filhos pertencem, a corrupção descarada debaixo de pano, fomentando violência através de violência, transformando Salvador em uma zona de guerra, afinal, se não conquistou com mentiras, será submetida a balas.


No entanto, Gandhi já nos provou o caminho que realmente funciona ao vencer a matança americana nas terras da Índia. Eles não passarão, nem ontem, nem hoje, nem amanhã, pois eles não conhecem a força desse povo que tem Lampião e Maria Bonita como líderes, nossa Senhora Aparecida e nossos Caboclos e entidades de Luz à frente. A história sempre se repete, infelizmente ou felizmente, a luta ainda não acabou, está apenas começando.


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Referências:


correio24horas.com.br ( 06.09.2023)


Tropa de Elite (2007), Tropa de Elite 2: O inimigo agora é outro (2010) de José Padilha









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carlosobsbahia
carlosobsbahia
11 de set. de 2023

Tem muita coisa a se refletir a partir de seu texto,Sobral. Primeiro,que o governo da Bahia falhou muito em termos de inteligência,ao não acompanhar a chegada de facções oriundas do Sudeste e não ter tomado ações preventivas; segundo,a repercussão da desastrosa permissão do comércio de fuzis para civis,algo surreal e que passou batido por boa parte do eleitorado;terceiro,a sociopatia de parte de pessoas que adentram o sistema político alcançando o poder,vide o ex-capitão presidente associado a uma figura "ética" - o que comprova a rara percepção disso por parte de quem os elegem. Conseguiu abranger diversas discussões em um só artigo!

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Priscilla Sobral
Priscilla Sobral
13 de set. de 2023
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Amei o comentário Carlos! Exatamente, nossa esquerda está precisando se fortalecer e parar de baixar a cabeça, porque a coisa é séria e tende a ficar muito pior se continuarmos sendo omissos e permissivos. Precisamos ser firmes nos limites.

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