DIA 10, O DIA DO SOCIÓLOGO, E A IMPORTÂNCIA DA VALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO: Reflexões para o Futuro da Sociologia no Brasil

No dia 10 de dezembro, comemoramos o Dia do Sociólogo, uma data importante para refletirmos sobre o papel essencial que esses profissionais desempenham na compreensão, análise e transformação da sociedade. O (a) sociólogo (a) não é apenas um observador das realidades sociais, mas um profissional que, com base em metodologias rigorosas e análises críticas, oferece análises de conjunturas para o desenvolvimento de políticas públicas, estratégias de comunicação, práticas educacionais e até mesmo consultorias no campo das empresas.

A atuação do sociólogo é ampla e abrangente, no Brasil, com o fraco processo de institucionalização, podemos imaginar que nem metade do desempenho dos sociólogos é aproveitado. São profissionais que trabalham com a análise de dados sociais, a compreensão das relações humanas e sociais, e a construção de soluções para questões complexas que envolvem as desigualdades sociais, a violência, a educação, o trabalho, a política, o consumo, entre outras questões. Nos dias de hoje, com a produção imensa de dados, o sociólogo se torna cada vez mais necessário para coletar, organizar e analisar esses dados. Sociólogos podem atuar em consultorias políticas, ajudando a construir estratégias de comunicação para campanhas eleitorais, em análises de mídia, no entendimento das dinâmicas de consumo e na aplicação de pesquisas sociais para a criação de políticas públicas mais eficientes.

A formação do sociólogo vai além da academia: ela é um passaporte para diferentes setores, como o público, privado e terceiro setor. A experiência adquirida por sociólogos em organizações como o IPEA, EMATER, agências de marketing, secretarias municipais, empresas privadas e até em consultorias sociais e políticas mostra a versatilidade e a importância do (a) sociólogo (a) na sociedade contemporânea.

É nesse contexto, que a ANASO (Associação Nacional de Sociólogos e Sociólogas do Brasil) tem desempenhado um papel fundamental na defesa da valorização da profissão e na luta pela criação do Conselho Federal de Sociologia, um instrumento que poderia garantir mais direitos, estrutura e visibilidade à categoria. A ANASO está na linha de frente da defesa dos interesses dos (as) sociólogos (as), promovendo debates, disseminando conhecimento e buscando parcerias para ampliar as áreas de atuação do sociólogo no Brasil. Em sua missão, a associação tem sido um importante ponto de apoio para o profissional que busca se atualizar, se conectar com outros colegas da área e fortalecer a presença da Sociologia em diferentes frentes.

A criação do Conselho Federal de Sociologia, defendida pela ANASO, é um passo importante para regulamentar a profissão, estabelecendo normas claras e reconhecendo o sociólogo como um profissional essencial para o desenvolvimento de políticas públicas e privadas no país. Acreditamos que a criação do Conselho não apenas assegura a valorização da profissão, mas também abre portas para novas oportunidades de atuação, garante melhores condições de trabalho e fortalece o nosso papel como agentes de transformação social.

Apesar das múltiplas possibilidades de atuação, o sociólogo no Brasil ainda enfrenta desafios em termos de reconhecimento e inserção no mercado de trabalho. É complicado fazermos esse tipo de apelo quando, nas universidades, não há nem uma menção de que existe uma lei (LEI Nº 6.888, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1980) que regulamenta a profissão do sociólogo e que os bacharéis, formados em Ciências Sociais e Sociologia, devem, ao terminar o curso, solicitar seu registro como sociólogo no Ministério do Trabalho. Essa ausência de informação reflete a falta de conscientização sobre a importância da formalização da profissão, o que enfraquece a nossa luta por mais valorização e oportunidades.

O caminho para o reconhecimento e fortalecimento da nossa carreira começa justamente pela compreensão e respeito à legislação vigente, e pela união de esforços para garantir que a profissão de sociólogo seja devidamente reconhecida e regulamentada em todas as esferas. A falta de uma entidade regulamentadora da profissão, como o Conselho Federal de Sociologia, tem contribuído para que muitos sociólogos encontrem obstáculos em suas carreiras. A falta de políticas públicas específicas que incentivem a contratação de sociólogos em espaços como escolas, hospitais, ONGs e empresas privadas também limita o crescimento do setor.

Além disso, o mercado de trabalho ainda precisa entender melhor como a formação e as habilidades dos sociólogos podem agregar valor em áreas como consultoria, gestão de informações, pesquisa, políticas públicas e até mesmo em setores como marketing e comunicação. Para isso, é fundamental a criação de mais oportunidades, tanto no estado quanto no setor privado, e um esforço contínuo de divulgação do potencial da profissão.

Neste Dia do (a) Sociólogo (a), é fundamental reforçarmos a importância de fortalecer a construção da nossa carreira profissional. Precisamos de mais adesão à luta da nossa classe, pois quanto mais visibilidade conquistarmos, maiores serão as chances de garantir nossos direitos e abrir novos espaços para atuação. Sociólogos e Sociólogas do Brasil, é essencial nos unirmos para mudar o status da nossa profissão. Sabemos que não há vagas suficientes nas universidades e escolas, por isso é crucial lutar para criar mais oportunidades para os profissionais da nossa área em diversos setores. Temos ferramentas valiosas para atuar em inúmeras frentes e contribuir significativamente para a sociedade.

Saiba mais em: https://www.anasobr.org/