Pense no seu filme preferido. As cenas que te dão arrepio... As emoções dividas com os personagens... a forma como o filme entra na sua vida... para mim, um desses filmes é "Ford V Ferrari".
Ajuda o fato de eu ser um amante do automobilismo desde que eu me entenda por gente, de eu ser apaixonado pela história da guerra travada entre as duas montadoras e pelo fato da corrida de LeMans me trazer uma certa nostalgia. Mas tem um elemento nesse filme que vai além do ronco dos montores e da atuação surreal de Christian Bale como Ken Milles: a trilha sonora.
Mas, preste atenção. Não tô falando das músicas já conhecidas. Mas sim da trilha sonora original do filme composta por Marco Beltrami. Estou falando sobre as belíssimas canções instrumentais que nos ajudam a entrar no clímax das cenas.
Trilhas sonoras são shows a parte. Ajudam a transformar a história em filme. E eu tenho certeza que em algum momento de sua vida você já parou para pensar: Qual seria a trilha sonora que transformaria a sua história em filme? Como, de repente, um dia comum seu poderia se tornar algo que facilmente estaria nas telas de cinema? Será que existem canções instrumentais que, ao acompanhar seus atos, levam você para hollywood?
Então... é sobre isso que eu quero falar. Sobre trabalhos que nos oferecem essa oportunidade. Bandas instrumentais que trazem criatividade ao nosso dia-a-dia. Nos trazendo uma trilha sonora livre para nossas interpretações. Livre para montarmos a nossa cena. E, para exemplificar o poder que a música instrumental tem em nossas vidas, trago dois representantes naturais de nossa terra soteropolitana, inclusive.
O primeiro projeto, é o grupo Retrofoguetes. Com uma sonoridade que mistura Rockabilly, Surf Music e alguns ritmos latinos, a banda hoje composta por Rex, Júlio Moreno e Fábio Rocha, com sua sonoridade retrô, nos leva de volta para a década de 70 e 80. Mas precisamente, para filmes de espionagem dessa época. Se você separar um dia para ouvir as músicas do grupo, logo virá na sua mente cenas clássicas dos filmes de James Bond. E, de repente, a entrega de um trabalho para o seu chefe muda de objetivo e, de alguma forma, vira uma missão para salvar a rainha da Inglaterra. Ou então, um jantar a dois acaba por virar um romântico encontro em um hotel em Miami, onde você e sua namorada ou namorado podem ser um casal de espiões no encontro mais caloroso de suas vidas. Claro que foram essas as cenas do meu filme, onde sou Pedroza, Yago Pedroza. Mas, com certeza você terá as suas também.
O segundo projeto que trago a vocês é outro completamente "fora da caixinha". O Trio ao Vento aposta em um estilo diferente. Com influências no jazz e na musica brasileira, o grupo formado por Ângelo Rosário, Alan Villas-Boas e Rafael Alencar nos trás um misto de sensações. Podem trazer melodias para nossos dias mais loucos e agitados, como em "Voo Pro Recife", como podem nos lembrar de nossas origens com "Aluir", ou, até mesmo, nos levar para as terras mediterrâneas com a mais recente "Teppich". De uma forma ou de outra, suas composições transformam nossas vidas em comédia, em drama ou em mistério. E aí que mora a beleza, pois você se sente o mais versátil dos atores, vivendo várias história dirigidas por vários diretores diferentes. E sempre regado a uma música feita com muita classe e atenção, transformando esse trio numa banda gigante.
Seguindo assim, esses dois projetos, apesar de diferentes, igualmente trazem criatividade e magia para a nossa vida, lembrando que uma simples situação pode se tornar o que você quer que seja. Do tamanho que você quiser. Nos fazendo ter outros pontos de vista sobre o que vivemos, trazendo beleza para nossos olhares e ouvidos, além de nos mostrar que nossa vida pode ser vários filmes de qualquer gênero. Basta escolher a trilha sonora certa.
Link da imagem:
https://www.latimes.com/entertainment-arts/business/story/2019-11-18/how-agua-dulce-played-le-mans-in-ford-v-ferrari
Comments